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Pilha de jornais
Ideias e Letras

Histórias do Sistema Cardiovascular

No âmbito da disciplina de Ciências Naturais, a professora pediu aos alunos do 6.ºA e 6.ºI que redigissem textos criativos relacionados com o sistema cardiovascular, um dos vários temas abordados nas aulas. O objetivo foi aliar conhecimento científico e escrita. Publicam-se quatro dos textos redigidos que incluem pequenas ilustrações feitas pelos respetivos autores.



A Interminável Viagem do Sangue



O avô Eritrócito estava com o seu neto a fazer uma viagem pelo Sistema Cardiovascular. O neto Eritrócito parou a sua caminhada e perguntou:

- Avô, porque estamos sempre a andar às voltas?

- Porque temos uma das funções mais importantes do organismo humano! -respondeu o avô Eritrócito.

- Mas eu já estou cansado deste percurso infinito! Quero fazer outra coisa para além de andar às voltas a levar o oxigénio para todas as células e a trazer delas o dióxido de carbono para os pulmões, já para não falar do transporte de toxinas para os rins! - disse o neto Eritrócito, com cara de cansado.

- Paciência… Eu já faço isto desde que eu era um eritrocitozinho. Já tenho mais de cinquenta prémios do “Eritrócito do Mês” por trabalhar muito bem! Tu tens de aprender a gostar do que fazes! - respondeu o avô Eritrócito.

- Quando tu eras mais pequeno, como era todo o organismo por onde passamos todos os dias? - perguntou o neto Eritrócito muito pensativo.

- Era mais pequeno, cheio de vigor! Sabes, os nossos antepassados eritrócitos tinham percursos menores, pois esta pessoa em que vivemos cresceu… Desde novinho, desloco-me no plasma tão rápido que quase não tenho tempo para descansar. Orgulho-me de levar o oxigénio às células, ajudando-as a fazer a respiração celular e a manter este corpo vivo. Fui o eritrócito mais rápido e importante, mas hoje já estou cansado, deixo-me levar pelo plasma. - respondeu o avô Eritrócito com um sorriso que se transformou num suspiro enquanto falava.

- Uma vida de viagem, podemos dizer que é uma vida formidável, avô! Porque é que te sentes mais cansado do que antes? - perguntou o neto confuso.

- Bem, como tudo, os eritrócitos nascem, crescem e morrem. Eu nasci na medula do cúbito esquerdo deste homem, vivo no seu sistema cardiovascular e morrerei nele também.

- Isso é um pouco triste, avô?

- Não! Sabes porquê? Porque os eritrócitos estão sempre a ser substituídos por novos e a vida continua. Quando o teu bisavô morreu no primeiro decímetro da artéria aorta, os teus pais estavam a ver-te nascer no terceiro metatarso esquerdo! - respondeu o avô Eritrócito cheio de sabedoria.

- Ainda bem, avô! Porque se isso não acontecesse, o corpo deste homem ficaria com falta de eritrócitos, teria grandes anemias… - respondeu o neto Eritrócito.

Assim foi a conversa entre dois dos milhões de eritrócitos do sangue de um homem chamado Júlio que tinha o corpo mais saudável da sua família, pois praticava uma alimentação muito saudável, não deixando faltar o ferro para que os seus eritrócitos tivessem sempre hemoglobina, sem medo de crises de anemia.


Artur Cunha, n.º 2 6.ºA



A importância das células do sangue

Certo dia, numa veia, dois glóbulos vermelhos (um neto e o seu avô muito culto) estavam a conversar até que o neto decidiu perguntar ao seu avô porque é que eles tinham que carregar continuamente aqueles gases nas suas costas, ao que o avô respondeu:

– Querido neto, nós temos que carregar estes gases, porque é nossa função distribuí-los por todas as células do corpo e depois, em troca, recebemos outros gases e produtos de excreção que fazem mal ao nosso corpo. Entendeste?

– Não!

– Olha, pensa assim: nós somos o correio e, ao invés de levarmos o jornal, levamos oxigénio e nutrientes. Para nos agradecerem pelo serviço, as células dão-nos dióxido de carbono e produtos de excreção.

– Que grande “recompensa”! Já entendi, avô!

De repente, eles verificaram que estava a começar um derrame na veia e o neto pergunta ao avô o que estava a acontecer.

– Olha, isto é um derrame… uma hemorragia. – explicou o avô.

O neto, em pânico, começou a gritar, mas rapidamente apareceram as plaquetas sanguíneas que começaram a impedir a continuação da hemorragia.

– Fantástico. Fomos salvos pelas plaquetas!

– Ó avô, quem são estas? – questionou o neto.

– Estas são as plaquetas, são verdadeiras heroínas, sempre que há um derrame de sangue, elas juntam-se rapidamente e criam uma rede impedindo o sangue de sair, os seus elementos figurados ficam retidos. As plaquetas sanguíneas desempenham assim a sua função que é fazer a coagulação.

– Ahhhh, ok!

No dia seguinte, estes dois glóbulos vermelhos são atacados por bactérias, mas para sorte deles aparecem os glóbulos brancos que, com um “abraço fatal”, impedem as bactérias de magoar aqueles dois glóbulos vermelhos.

– Que sorte a nossa, netinho, fomos salvos pelos glóbulos brancos. Sabias que são eles que eliminam microrganismos que entram no nosso organismo?

– Não, não sabia. Olha, avô, os glóbulos brancos eliminam as bactérias, certo?

– Sim.

– Então compete-lhes a função de defesa do organismo, não é?

– Sim, isso mesmo! E tu sabias que nós também temos uma função muito importante?

– Ai temos?

– Sim, a nossa função é a de transporte. Lembras-te que ontem eu te disse que tínhamos que levar os gases a todas as células do corpo?

– Sim! Então essa é a função de transporte?

– Isso mesmo!

– Agora que sabes mais sobre a função de alguns dos nossos companheiros, acho que devíamos continuar o nosso trabalho, certo?

– Sim, vamos lá!


Ari Santos, n.º 3, 6.ºI



A aventura de um jovem glóbulo vermelho


Caro leitor, imagine-se num carro, numa longa estrada, numa viagem, ou melhor, numa interminável viagem. Se a sua imaginação o permite, imagine-se agora como um eritrócito flutuante, o elemento figurado mais abundante no seu sangue. O dito carro representa o plasma, que é como um rio que leva a nadar nele elementos figurados, "os passageiros”: leucócitos, eritrócitos e também plaquetas. Mas foquemo-nos nos eritrócitos (também chamados de glóbulos vermelhos), pois a história que se segue é sobre uma pobre família dos ditos elementos figurados, que irá viver uma grande aventura.

João Eritrócito, o passageiro que lhe pedi que se imaginasse, era um pequeno glóbulo vermelho com uma imaginação muito pouco fértil, já que, coitado, passava os dias a viajar sempre pela mesma “estrada”, a realizar as mesmas tarefas.

O seu pai chamava-se José Eritrócito e a sua mãe Carla Eritrócito. José era conhecido pela sua grande colaboração na tarefa de transporte de gases e era sempre o primeiro a defender os glóbulos vermelhos numa das muitas desavenças com os glóbulos brancos. Porque sim, caro leitor, nem tudo era um mar de rosas pelo plasma fora. Os leucócitos achavam-se os melhores elementos figurados, uma vez que, diziam eles, “sem nós, este corpo não sobreviveria alguns segundos que fossem!” Um completo exagero aos olhos dos eritrócitos que contrapunham: “queríamos ver este corpo a manter-se vivo sem os gases que nós transportamos!”.

Enfim era uma “guerra” interminável, tão interminável como o monótono dia a dia de João. Apenas as plaquetas, com toda a sua humildade, se mantinham afastadas da confusão. Agora que tudo já está mais explícito, podemos prosseguir com as aventuras de João Eritrócito e da sua família.

João ouvira falar das temidas análises sanguíneas, que todos os anos separavam famílias de leucócitos, eritrócitos e plaquetas. João rezava também para que, em caso de alguma ferida, as plaquetas não se atrasassem a fazer a coagulação sanguínea, já que bastavam alguns segundos em que João passasse no lugar errado, à hora errada, para que ele e a sua família deixassem aquela interminável estrada e acabassem por desaparecer “do mundo dos vivos”.

Certo dia, João reparou que a estrada onde viajava mudara um pouco. Já não era vermelha, como a dos vasos sanguíneos, era… transparente!? Mas o que seria aquilo? Até que tudo parou. João olhou em volta e percebeu que já não viajava. Estava preso com a sua família num recipiente sem cor, juntamente com outros elementos figurados.

– É o nosso fim! – diziam uns.

– Pronto, agora é que estamos tramados! – gritavam outros.

E as poucas plaquetas que ali estavam escondiam-se a um canto e, apesar de estarem muito assustadas, não abriam a boca para dizer o que quer que fosse.

João observou tudo sem entender nada. Seria esta a tal análise sanguínea?

Fique a saber, caro leitor, que não, não era uma análise sanguínea, mas sim uma transfusão de sangue. Em breve, seriam de novo enviados para um tubo e, depois disso, entrariam na corrente sanguínea de uma nova pessoa, mas isso… João não sabia.

Como vos havia dito, os tubos acabaram por chegar e João, juntamente com todos os elementos figurados daquele recipiente, entrou numa nova viagem. Mas não foi preciso muito tempo para se aperceber que os elementos figurados daquele tipo de sangue eram uns autênticos preguiçosos. As plaquetas descansavam, não reagindo à necessidade de coagulação do sangue, os leucócitos não tinham vontade de atravessar as paredes dos vasos sanguíneos para combater microrganismos patogénicos e os eritrócitos mal começavam a viajar, mostravam-se logo cansados. Sim, caro leitor, acredite que a vida de elemento figurado não é fácil, mas estes precisam de fazer bem o seu trabalho, senão o organismo da pessoa não funciona devidamente e todos sairiam prejudicados. João estava deveras indignado e tomou uma decisão: motivar os seus novos companheiros a fazerem o seu trabalho sem preguiça.

– Meus companheiros, – começava João – não podemos passar a vida a descansar à sombra da bananeira. – Esta expressão João tinha aprendido com o seu pai. – há trabalho a fazer!

– Mas é muito difícil! – queixavam-se uns e choramingavam outros.

– Eu compreendo a vossa frustração, mas temos de nos unir e de fazer o nosso trabalho, se não, podem surgir doenças horríveis!

João referia-se a doenças como a tromboses, hemoglobinopatias, infeções…

– Pensem… quanto melhor funcionar o organismo onde vivemos, melhor vão estar vocês também! E o contrário também se aplica. É isso que desejam? – terminou João.

Não vos sei dizer como é que João e a sua família ficaram, mas acredite em mim, tenho quase a certeza que eles ficaram bem, já que os seus companheiros confiaram no discurso motivador de João e fizeram o seu trabalho às mil maravilhas.

Veja bem que até as desavenças entre leucócitos e eritrócitos acalmaram (atenção, ACALMARAM, não terminaram).

Bom, caro leitor, convidei-o inicialmente a usar a sua imaginação. Conseguiu? Acredito que sim e provavelmente não pensaria que se viviam tamanhas aventuras na sua corrente sanguínea.


Tomás Dias, n.º 18, 6.ºI



Uma amizade um pouco diferente


Era uma vez… bem, não era, ainda é, o sangue, mas o que é o sangue? Muitos de vós já o sabeis, mas vou tentar explicar-vos de um ponto de vista um pouco diferente.

Um dia, um novo glóbulo branco ou se preferirem, um leucócito, que veio da medula óssea, foi para o sangue. Ele foi formado porque quando um glóbulo branco elimina uma bactéria ou um vírus morre, estando assim sempre a ser formados novos leucócitos.

Mas ele ainda não sabia nem a sua função, nem onde estava, nem como era constituído. Parecia uma barata tonta nos vasos sanguíneos, que é onde todos os outros constituintes do sangue andam.

Tudo o que ele ouvia era: Chega-te para aí! Estás a esmagar-me, vai para outro lado.

Estava tão confuso. Mas como era muito envergonhado, não teve coragem de fazer nenhuma das perguntas que tinha. Até que um glóbulo vermelho, ao vê-lo tão perdido, perguntou-lhe:

– És novo aqui não és? – perguntou o glóbulo vermelho.

– Q-Quem? Eu? – perguntou o leucócito com os pensamentos todos baralhados.

– Sim, tu. – disse o glóbulo vermelho.

– Ah…. Sim sou… E não estou a entender nada do que se está a passar aqui.

– Primeiro vou apresentar-me, e já vais ficar a entender um pouco mais sobre as células mais abundantes do sangue, que somos nós! Nós, os glóbulos vermelhos, eritrócitos ou hemácias – sim, às vezes gozam connosco porque supostamente os nossos pais não conseguiram escolher-nos um nome, e, portanto, deram-nos vários, com a opção de escolha para todos os outros, mas voltando ao assunto – somos células com forma de disco achatadas no centro, ou de um donut com centro, mas não temos núcleo. Possuímos hemoglobina, que é uma substância de cor vermelha, que contém ferro. A minha função é a de transporte.

– Wow! – disse o glóbulo branco bastante impressionado – sabes algo sobre mim?

– Não, mas tenho um amigo que sabe – disse o glóbulo vermelho.

Foram os dois procurar esse tal amigo, numa viagem curta. Era um glóbulo branco, já bastante antigo, e eles começaram a conversar com ele.

– Olá! – disse o glóbulo branco, que como sempre era muito envergonhado.

– Bom dia, esclareces aqui umas coisas ao meu novo amigo, que se juntou agora ao sangue? Ele é um glóbulo branco como tu - afirmou então o eritrócito, com muita firmeza.

– Claro que sim! O que queres tu saber que eu te possa ensinar? – perguntou o glóbulo branco mais velho.

– B-Bem… Eu acho que tudo, ainda não sei nada sobre este tal sangue, e nem sequer quem eu sou…

– Eu posso-te explicar quem tu és e o que é o sangue, mas as ações dos outros tens de ser tu a ver por ti próprio! – disse então o outro glóbulo branco, velho amigo do glóbulo vermelho. Nós somos células com uma forma aproximadamente esférica e temos um núcleo. Também somos maiores do que os eritrócitos. Existem vários de nós, como vês, aquele ali é diferente de nós os dois. A parte triste é a nossa função… temos a função de defesa, podemos atravessar os capilares sanguíneos, mas ao defendermos o organismo de bactérias e vírus, morremos também… Mas bem, é a nossa função - disse o leucócito já triste no fim.

– Mas porquê? - perguntou o novo glóbulo branco bastante revoltado pela função que eles tinham que desempenhar.

– Isso ninguém sabe…

– Eu não quero desempenhar essa função! Tenho tanto para viver! Não quero morrer e deixar todas as outras células… – afirmou o pequeno leucócito intrigado com a situação.

– Eu não posso fazer nada quanto a isso…

Assim, eles todos continuaram a sua viagem no sangue, muito tempo sem se ouvir um pio entre eles.

Nesse silêncio constrangedor, o glóbulo branco foi-lhe dizendo mais algumas coisas sobre o sangue, sobre o plasma disse-lhe:

– Ele é formado por água e contém diversas substâncias dissolvidas nele, minerais e orgânicas, e é a parte líquida do sangue.

Falou-lhe também da pequena e grande circulação e dos seus trajetos.

Encontraram também algumas plaquetas, que explicaram serem fragmentos de células, sem núcleo, e que elas também apresentam várias formas.

E foram assim passando os dias, aprendendo sempre mais coisas.

Até que houve um ferimento, e então as plaquetas tiveram de ir ajudar, pois essa era a sua função, travar as perdas de sangue fazendo como que uma teia.

– Mas porque é que temos de fazer isto? Eu não quero morrer, não quero que chegue o dia de eu ter de exercer a minha função! – disse o glóbulo branco, agora já mais habituado com o resto das células que andavam nos capilares sanguíneos.

– Tem de ser, não temos outra opção se não cumprir o nosso dever, só que o vosso é mais difícil de aceitar do que o meu… – comentou o melhor amigo do eritrócito, o glóbulo vermelho.

– Eu nunca vou cumprir a minha, fica já avisado.

Muitos dias se foram passando, e novas células já tinham vindo depois daquela perda de plaquetas, mas mal eles sabiam que algo pior vinha agora. Estavam em mais um dia normal, quando chega a informação de que um vírus estava agora no organismo daquele humano. Era a primeira vez que o nosso glóbulo branco tinha visto todos os outros eritrócitos em ação.

Quando descobriram o vírus, teve de se assistir a uma peça trágica, todos os glóbulos brancos avançavam agora, como militares bem treinados, pelas paredes dos capilares sanguíneos, atravessando-os.

O nosso novo glóbulo branco, que agora já não era novo, recusou-se sempre a ir.

Mas, para pena dele, o seu amigo, com quem quase tudo o que ele sabia lhe tinha sido por ele ensinado, despedia-se agora de todos, mas, ninguém aparentava estar triste, só o eritrócito que nós conhecemos.

Ele não perguntou, mas todos eles diziam:

– Hás de habituar-te... Isto acontece muitas vezes.

Realmente era o que se ouvia no meio dos gritos de despedida e de ajuda das outras células que tinham sido mortas por esse tal vírus.

O nosso glóbulo branco tentou fugir daquela confusão o mais rápido possível, depois de ter visto o seu amigo morrer.

O seu melhor e primeiro amigo procurou-o dias e dias sem conta, até que depois, finalmente encontrou-o, no meio de desconhecidos.

As outras células explicaram que o tinham visto a chorar e a correr para o meio do nada, e que, como eram novas naquele organismo, perguntaram-lhe porque ele estava a fazer aquilo. Ele explicou-lhes que tinha perdido um dos amigos que lhe havia ensinado muitas coisas e que o tinha perdido para algo que supostamente não fazia sentido, como ter sido obrigado a cumprir a sua função.

Já com a companhia do seu melhor amigo, ele foi-lhe explicando as curiosidades que o seu velho amigo lhe tinha ensinado. Ele bem que se via neles, e tinha-lhes ensinado também que a sua função não tinha sentido algum, para quê sacrificarem-se assim tão à toa?

Após algumas viagens da pequena e da grande circulação, aprendendo mais e mais coisas uns com os outros, descobriu-se outro vírus no organismo.

Não se conseguia mesmo localizá-lo mas, de súbito, ele apareceu mesmo à frente do nosso grupo de células.

O que haveriam elas de fazer? Ele estava a atacá-las… O glóbulo branco era o único com a função de defesa, mas o que haveria ele de fazer para as proteger a todas?

Pensava em tudo. No seu antigo amigo que tinha morrido, nos seus primeiros dias no sangue, em tudo o que tinha aprendido…

De repente, decidiu defender todos, cumprir a sua função, mas não por se ter sentido obrigado, mas porque tinha percebido que o seu amigo se tinha sacrificado para o proteger a ele e não por ser o seu dever.

Percebeu o quão a amizade era importante e que ele, que já tinha vivido tanto, devia deixar-se morrer para proteger os outros e dar-lhes a oportunidade de viverem. Sim, ele sacrificou-se para proteger todos os outros, seus amigos, que também lhe tinham ensinado muitas coisas.

As pequenas células que tinham sido ensinadas por ele que a sua função era idiota, ao verem aquilo a acontecer, não perceberam a sua razão, mas talvez por terem sido ensinadas por mais pessoas, conseguiram perceber a razão daquilo tudo.

A história repetiu-se vezes e vezes sem conta, sendo agora essas células já não pequenas, a contar uma história a outras, uma história marcante que todas as células sabem, e que levam consigo no seu núcleo, ou o que quer que seja que as outras tenham.


Vitória Brito, n.º 19, 6.ºI




Alunos da Professora Rosa Alves

Escola Grão Vasco

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