Há três anos que a aluna Carmo Macedo do 6.ºB e a intérprete de LGP, Alexandra Santiago, se conhecem.
Todos os dias se encontram nas salas de aula, da Escola Grão Vasco, onde a intérprete ajuda a aluna a perceber melhor as matérias das diversas disciplinas. Na aula de PL2 (Português Língua), Carmo Macedo entrevistou Alexandra Santiago para conhecermos melhor o seu trabalho.
Há quantos anos és intérprete?
Sou intérprete há 13 anos.
É difícil ser intérprete? Porquê?
Não é difícil porque eu cresci com a língua gestual. Foi a minha primeira língua, pois os meus pais são surdos. Aprendi a falar quando fui para a creche aos 2 anos.
Porque é que escolheste esta profissão?
Como os meus pais são surdos e eu estava inserida na comunidade surda, senti que faltavam intérpretes.
É mais difícil acompanhar os alunos do 1.º, 2.º ou 3.º ciclo? Porquê?
É mais difícil no 1.º ciclo, porque os alunos estão na aquisição da LGP e sua estrutura e, para nós, intérpretes, é necessário uma grande adaptação aos alunos para eles adquirirem as aprendizagens.
E se fosses a única intérprete do Agrupamento? Como é que seria?
Não era suficiente, devido ao número de alunos surdos do Agrupamento.
Dedicas muito tempo em casa a preparar as aulas para o dia seguinte?
Dedico muito tempo, pois todos os dias tenho de verificar e preparar o vocabulário das aulas que vão ser dadas no dia seguinte para que os alunos entendam melhor as matérias.
Quais são as disciplinas e matérias mais fáceis para traduzir para LGP?
As mais fáceis são Ciências e Português.
E as mais difíceis?
As mais difíceis são Matemática e Físico-Química.
É difícil apoiar um aluno surdo quando a turma é barulhenta?
Sim, é difícil conseguir ouvir os professores e, em poucos segundos, fazer a alteração da gramática da língua portuguesa para a língua gestual.
Muito obrigada por teres respondido às minhas perguntas. Continuação de um bom trabalho.
Obrigada pela entrevista e continuação de um bom trabalho.
Carmo Macedo, n.º 6 – 6.ºB – disciplina PL2
Escola Básica Grão Vasco
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